O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) confirmou nesta terça-feira (6) que o agricultor Darci Pelisser, de 79 anos, foi atacado por uma onça-parda — também conhecida como puma — em uma propriedade rural localizada no município de Maquiné, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul.
A confirmação foi feita por uma perita que analisou os arranhões e hematomas no corpo do idoso, afirmando que os ferimentos “fecham com o tamanho da pata do animal”. Apesar do susto, Darci passa bem e já está em casa após ser atendido em um hospital da região.
De acordo com a analista ambiental Cibele Indrusiak, do Ibama, trata-se de um caso isolado. “Esse animal ocorre na região desde sempre. Não há registros anteriores de ataques a pessoas ou a criações. O fato ocorreu pela curiosidade do agricultor, que viu algo em uma toca e foi verificar. O animal, acuado, reagiu”, explicou.
Segundo a esposa de Darci, Celaci Pelisser, o idoso estava a cavalo e acompanhado pelo cão da família quando percebeu que o animal latia em direção à mata. Ao descer para investigar, Darci foi surpreendido pelo felino, mas conseguiu escapar graças à intervenção do cachorro, que confrontou a onça e permitiu que o idoso se afastasse.
Ferido no rosto e nos braços, ele foi socorrido por vizinhos e levado inicialmente ao posto de saúde de Maquiné, sendo posteriormente encaminhado à UPA de Osório. O cachorro não ficou ferido.
O irmão da vítima acredita que o felino era um filhote, o que pode ter evitado um desfecho mais grave. “Se fosse adulto, ele não estava aqui”, afirmou.
Técnicos do Ibama estiveram no local em busca de pegadas, mas não encontraram vestígios devido ao solo pedregoso e coberto por vegetação. O Comando Ambiental da Brigada Militar também segue monitorando a área.
A presença de onças-pardas é conhecida em áreas de mata no Rio Grande do Sul, mas ataques são extremamente raros. O animal é considerado vulnerável em algumas regiões do Brasil e possui comportamento reservado, o que dificulta encontros com humanos.
As autoridades recomendam que moradores evitem caminhar sozinhos por trilhas e redobrem os cuidados com criações que possam atrair predadores. O caso reacende o debate sobre a convivência entre comunidades rurais e a fauna silvestre, além da importância da preservação ambiental no Estado.