A Shell Brasil entrou com pedidos de licenciamento ambiental junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) para geração de energia eólica offshore (no mar) em seis áreas nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Guilherme Sari, na costa gaúcha a empresa pretende implementar 3 mil MW (o que corresponde a cerca de 75% da demanda gaúcha de energia elétrica).
O dirigente adianta que esse complexo deve ser implementado no Litoral Sul do Estado, próximo da região de São José do Norte e Rio Grande. Sari argumenta que, um empreendimento como esse, de uma companhia do porte da Shell e ligada tradicionalmente ao setor do petróleo, prova que o mundo está seguindo de uma maneira sem volta e rápida para a migração para as fontes renováveis de energia. “A guerra (Rússia e Ucrânia) acelera esse processo, porque a transição energética será fundamental. Não podemos mais ser tão dependentes do petróleo e do gás”, aponta o presidente do Sindienergia-RS.
No total, os seis projetos em desenvolvimento pela Shell no Brasil, juntos, terão capacidade instalada de 17 mil MW. “Com mais de 20 anos de atuação em energia eólica no mundo e mais de 50 anos de tradição em projetos offshore, a Shell pretende aliar sua expertise nestas duas frentes com o objetivo de fornecer mais energia e energia limpa para o País”, afirma a gerente de Geração Renovável da Shell no Brasil, Gabriela Oliveira.
Até o final de janeiro, antes dos empreendimentos apresentados pela Shell, o Rio Grande do Sul já contava com dez complexos eólicos offshore com processos de licenciamento ambiental tramitando no Ibama, que somavam 23.589 MW de capacidade instalada. A estimativa de mercado é que cada MW eólico instalado no oceano representaria um investimento de pelo menos R$ 10 milhões.